Sereia

Fig01.2

Ela carregava consigo um olhar interpenetrável,
Capaz de atravessar qualquer um que ousasse cruzar a sua mira.

Possuía as belezas sobre-humanas dentro de si.

Era demasiadamente materna, marítima, mulher,
Sereia dos mangues deodorenses.

Trazia em suas veias as lamas espessas dos filhos seus,
Pois fazia questão de espalhar seu cheiro nato.

A Sereia seria suprema,
Não fosse a supremacia de carregar o intangível no nome.

Seria peixe ou mulher?
Sereia ia ser,
Lá nas pedras onde a onda se quebra no mar.

Seria?

Não sei se ria.
Talvez nas ruas, becos, vielas…
No mar não.

No mar era furacão, um azul profundo, incompreensível.

Realmente: uma Sereia.

Deixe um comentário